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Selos Postais

A IBM e as vítimas do Holocausto

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27 de janeiro de 2022
A IBM e as vítimas do Holocausto
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Desde 2005, em todo o mundo a data de 27 de janeiro marca a liberação de Auschwitz-Birkenau. É dedicada à homenagem das milhões de vítimas que foram torturadas e mortas nos campos de concentração comandados pela Alemanha Nazista, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sob o comando de Adolf Hitler.

A sobrecarta que ilustra esse artigo foi enviada do Panamá, em abril de 1942, por remetente não conhecido, para a International Business Machines (IBM) em Nova York (USA).

A correspondência recebeu censura postal nos Estados Unidos (USA), pelo Censor 2147. Um dos selos postais da carta faz referência a luta contra o câncer, e estampa as imagens do famoso casal de cientistas Pierre Curie e Marie Curie, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Física e Química, respectivamente. Eve, uma das filhas do casal, lutou contra o nazismo, foi correspondente de guerra e após a ocupação nazista da França em 1940, se engajou ativamente na causa “França Livre”.

A IBM foi fundada há mais de 110 anos e durante mais de uma década colaborou com o regime nazista em busca do monopólio de mercado da tecnologia. A aliança estratégica da IBM com a Alemanha Nazista teve início em 1933, logo no início da ascensão de Hitler ao poder e perdurou durante boa parte da Segunda Guerra Mundial, ajudando o Terceiro Reich na execução de seu plano de conquista e genocídio.

IBM no Panamá

No ano de 1942, a IBM já tinha operações na República do Panamá sob o nome “Máquinas Comerciales Internacional” (International Comercial Machines). No ano seguinte, a Controladoria Geral do Panamá comprou a primeira máquina de registro com cartões perfurados vendidos naquele país por aproximadamente US$ 1.000. No final daquela década, a IBM já havia expandido suas operações para El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras e Nicarágua.

IBM na Alemanha nazista

Naquele mesmo ano, a IBM já estava em plena expansão também na Alemanha. Em 1933 foi estabelecida uma aliança estratégica da IBM com a Alemanha Nazista, quando foi contratada pelo governo alemão para serviços que mais tarde seriam usados pela máquina de morte alemã.

Logo, a IBM tornou-se a mais poderosa empresa americana de tecnologia de uma época, que contribuiu na transformação do Estado nazista (seu segundo maior cliente) na mais eficiente máquina mortal de destruição em massa de vidas humanas da história. Tudo em nome de lucros milionários.

Segundo o jornalista Edwin Black, a sofisticada tecnologia desenvolvida pela IBM foi também utilizada para fins e objetivos nazistas, durante o período da Segunda Guerra Mundial, quando o Terceiro Reich firmou uma parceria com a IBM para automatizar o sistema de identificação, controle e transferência de prisioneiros nos campos de concentração.

De acordo com Edwin Black, o presidente da IBM, Thomas John Watson investiu US$ 1 milhão na Alemanha. Os serviços prestados pela IBM ao governo alemão renderam o equivalente a US$ 200 milhões. Não por acaso, Thomas Watson foi condecorado por Hitler pelo apoio que deu ao Terceiro Reich.

Afirma-se que os números de identificação tatuados nos braços dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz relacionavam-se ao número de cartão perfurado dos registros da IBM. O número de campos de concentração chegou a 9 mil em grande parte da Europa ocupada.

IBM no Brasil

Conforme entrevista concedida por Black ao colega jornalista brasileiro, Edney Silvestre no Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, em 2001, boa parte dos negócios entre a IBM e os nazistas passavam pelo Brasil.

Em 1939, Thomas Watson inaugurou, no Rio de Janeiro, a primeira fábrica IBM na América do Sul, no bairro de Benfica, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Até 1937, sucursais do partido de Hitler existiam havia quase uma década aqui no Brasil, espalhadas em 17 Estados. Vale lembrar que neste ano vigorava o Estado Novo no nosso país, o regime político brasileiro instaurado por Getúlio Vargas em novembro de 1937 até janeiro de 1946.

O Estado Novo era caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo.

Holocausto nunca mais!

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Fontes:

– _BLACK, Edwin. IBM e o Holocausto, livro publicado pela Editora Campus Ltda, em 2001

– _BLACK, Edwin. “Nazi Nexus: America’s Corporate Connections to Hitler’s Holocaust”, livro de 2009

– _LIMA, Cláudia de Castro. Os aliados ocultos de Hitler. Revista Super Interessante, São Paulo, n. 333, p. 24-35, maio, 2014

– _BRUM, Mauricio. O partido nazista do Brasil, Site Super Interessante. Atualizado em 19 fev 2019, 13h17 – Publicado em 23 mar 2018, 20h03

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